O nó na garganta
aquilo que não foi dito
O medo da perda
Sem saber que tinha perdido
Diante dos olhos
Escorregava o amor
E mesmo assim me enganava
Não havia tempo para reparar
Ou mesmo partir
Ela partiria…
A revelia
Misto de amor, vazio, e dor
Ficou em mim a saudade
A tristeza,
A lembrança de momentos felizes
Eu faltei…
Faltei com meu corpo, palavras e sonhos
Sua vida era preciosa
Eu só pensava: como salvá-la ?
Na tentativa vã de brincar ser Deus
E controlar o imponderável
Mesmo assim, quando quis partir não consegui
Sentia estar demais
Meu lugar deixara de ser meu…
Quem eu era?
Não busco mais resposta
Um abismo entre o amor e a traição…
Quem de nós traiu?
O caminho foi entre a vida e a morte
E eu que fiquei
Num turbilhão de saudade, mágoas…
Há muito de minha existência nessas palavras
Entre cartas e versos
O tempo passou depressa
E num instante
O ar acaba, e inerte a vejo
A realidade mudada, estando só
Deixei seu corpo para a eternidade
Até o fim segurei sua mão
Queria ter sido a última
Apenas…
Faltando tão pouco
Eu sobrava…
Chorei escondido
Paguei um preço caro
Por amar sua vida, mais que a minha
A queria viva
e num momento único
Abri mão de sua presença para que partisse
Sem mim, pra um lugar celeste
Onde não posso estar,
A dor a tristeza, a mágoa
Hoje deu lugar a paz
Fomos uma, fomos distância
Fomos vida, indiferença e amor
Contradição…
Amor, com suas nuances
de gelo e fogo
A fogueira de sentimentos
Consumiu meus dias buscando respostas
Memórias afetivas destruídas
Da noite para o dia
E mesmo assim passaria tudo novamente
Se necessário fosse
Acalma meu coração saber
Ser a última visão desse mundo
tenha sido eu
E as palavras que ouviste foram:
EU TE AMO!