O nó na garganta
aquilo que não foi dito O medo da perda Sem saber que tinha perdido Diante dos olhos Escorregava o amor E mesmo assim me enganava Não havia tempo para reparar Ou mesmo partir Ela partiria… A revelia Misto de amor, vazio, e dor Ficou em mim a saudade A tristeza, A lembrança de momentos felizes Eu faltei… Faltei com meu corpo, palavras e sonhos Sua vida era preciosa Eu só pensava: como salvá-la ? Na tentativa vã de brincar ser Deus E controlar o imponderável Mesmo assim, quando quis partir não consegui Sentia estar demais Meu lugar deixara de ser meu… Quem eu era? Não busco mais resposta Um abismo entre o amor e a traição… Quem de nós traiu? O caminho foi entre a vida e a morte E eu que fiquei Num turbilhão de saudade, mágoas… Há muito de minha existência nessas palavras Entre cartas e versos O tempo passou depressa E num instante O ar acaba, e inerte a vejo A realidade mudada, estando só Deixei seu corpo para a eternidade Até o fim segurei sua mão Queria ter sido a última Apenas… Faltando tão pouco Eu sobrava… Chorei escondido Paguei um preço caro Por amar sua vida, mais que a minha A queria viva e num momento único Abri mão de sua presença para que partisse Sem mim, pra um lugar celeste Onde não posso estar, A dor a tristeza, a mágoa Hoje deu lugar a paz Fomos uma, fomos distância Fomos vida, indiferença e amor Contradição… Amor, com suas nuances de gelo e fogo A fogueira de sentimentos Consumiu meus dias buscando respostas Memórias afetivas destruídas Da noite para o dia E mesmo assim passaria tudo novamente Se necessário fosse Acalma meu coração saber Ser a última visão desse mundo tenha sido eu E as palavras que ouviste foram: EU TE AMO! Fernanda Pietra
Enviado por Fernanda Pietra em 26/04/2020
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