A INEFICÁCIA DA EDUCAÇÃO
Pois bem. Falar de Educação é algo simplesmente complexo por vários motivos:
• O resultado do trabalho do professor depende de outra pessoa, no caso direto, o aluno.
• Para que esse resultado seja positivo, esse aluno deve incorporar competências adquiridas na escola.
• A escola passa pela filosofia do partido político que está no poder. Muda partido, muda tudo.Exceção o Estado de São Paulo, que tem o mesmo partido no comando, desde 1994, e que mantèm reusultados medíocres em sua rede de ensino.
• Passa pela legitimidade das eleições, onde o povo escolhe seus representantes.
Poderia enumerar muitos tópicos, mas o fato é que tem me chamado atenção, a preocupação da mídia com relação ao tema. Só agora estão percebendo que o Brasil não terá mão-de-obra qualificada em vários setores da economia? Estão, essas pessoas atrasadas em seu pensamento quase 15 anos pelo menos.
Fui professora da rede estadual de São Paulo por quase 22 anos e exonerei-me no início de 2010. Motivo:salário baixíssimo, uma política de mostrar números positivos com relação à Educação. No ano de 1997, foi realizado o primeiro SARESP: SISTEMA DE AVALIAÇÃO DO RENDIMENTO ESCOLAR DO ESTADO DE SÃO PAULO. Pensei, na época que ele seria útil, pois era uma nova iniciativa... Mas, com o passar dos anos ele se mostra totalmente inócuo, onde seu objetivo maior é pagar bônus aos professores. Professor não precisa de bõnus, precisa de salário decente.
A prática pedagógica no Estado, ficou sim, a mercê dessa avaliação, onde os conteúdos a serem ministrados estão totalmente voltados ao êxito da prova. Caso a escola não alcance certas metas, não ganha bônus.
Existe também uma sede de poder nos órgãos centrais da Educação. A cada eleição para o Governo do Estado, as senhoras detentoras do saber, que ministram Orientações Técnicas, tremem nas bases. Falam, de maneira cínica para que professores continuem mantendo no poder o mesmo partido. Medo de perder o status, a que conseguem com adulações a superiores. Cansei de ir em reuniões onde o assunto era sempre o mesmo, mas que tinha no seu bojo, algo muito sério: eu via cada vez mais que não podia ensinar.
A cada ano que passava ficava claro para mim, que não podia exigir muito dos alunos, e a regra passou a ser ensine sempre o mínimo. Essa era a mensagem subliminar passadas nessas reuniões. Conseguiram nivelar SIM todos, mas para baixo. A cultura do construtivismo às avessas contaminou todos. “ Lembro de uma supervisora de ensino, que quando questionada sobre o caso de uma aluno, em 1993, que não estava alfabetizado na quarta série, deu como resposta: “ ELE TEM ATÉ A OITAVA SÉRIE PARA SE ALFABETIZAR !” Creio que ele está tentando ler um texto com compreensão até hoje.Fomos especialistar em formar analfabetos funcionais.
A escola cumpriu seu propósito, sua política, mas a coisa tá pegando agora na mão-de-obra qualificada. Estou cansada de ouvir especialistas. De tanto especialista que o Brasil tem, que estmaos nesse poço sem fundo em que mergulhamos. Chega! Basta!
Vamos encarar que o Brasil é um país que tem problemas desde o tempo da colonização. Tem um problema onde todos querem levar vantagem a qualquer custo e a Educação não ficaria fora desse círculo vicioso.
Todos sabem de seus direitos, mas não atentam a seus deveres. Ao tentar para meu dever de educadora, muitas vezes fui criticada por pais de aluno, de “exigir” muito de seus filhinhos. Pai e mãe que enxergam seus filhos como eternos bebês, estão jogando-os no abismo de desemprego, da miséria intelectual futuramente. Aprendi, com isso, que eu não servia mais para trabalhar com crianças de 7 a 10 anos. Parti para a Educação Infantil, onde estou me sentindo mais útil e estou podendo passar aos meus alunos o gosto pelo conhecimento, pois eles ainda não estão viciados na inércia. Cada vez que uma criança se encanta com algo novo que aprende, eu me realizo.
Portanto, aviso a Vênus Platinada: já sei de tudo isso que estão mostrando, falando e dispenso comentários de pseudo especialistas. Vivi isso no meu dia a dia. Adoeci com isso. É desgastante saber onde está o erro, lutar contra um osceano de interesses fizeram a Educação no Brasil, chegar à desgraça a que está condenando os educandos.
Políticos: criem vergonha!
Pais: criem coragem!
Professores: quebrem o silêncio!
Fernanda Pietra
Enviado por Fernanda Pietra em 24/05/2011
Alterado em 19/10/2012