MISÉRIA DA ALMA
Fernanda Pietra
Miséria do mundo
Reflexo da miséria da alma
Almas miseráveis, sem fome de conhecimento.
Matam a fome física e deixam o Espírito
"Morrer" de inanição, na ignorância.
Não há curiosidade, desejo de saber
Há desejo de beber, correr, morrer drogado
São todos gados
Tangidos pela bebida
Enaltecida por famosos atletas
Não há programa social
a combater essa miséria.
Quanto maior, melhor.
Quanto mais analfabeto, mais tempo
poderão ficar no poder.
Ela é imoral, indecente
Pois gera a fome da carne.
Por alguns minutos, ela é enganada
Pela esfera chutada às quartas e domingos
E a galera grita, chora, sofre pelo time,
Enquanto o salário já não existe.
A mulher apanha, o filho chora,
Mas a loura e a bola são sagradas.
Mundo miserável este!
De que adianta discursos sem ações ?
Que droga é essa droga que anestesia a mente
Fazendo as pessoas cada vez mais vazias, fúteis,
Inúteis.
Que será da criança criada pela família despedaçada ?
Mesmo sem pai, só com mãe, é possivel ser digno.
Mimos, superproteção,
Criarão mais miseráveis, aquele que tudo querem
mas não conseguem pelo esforço próprio.
Que míséria insana, desgraçada, que não acaba
Instalada ao longo dos anos
Cavando um poço cada vez mais fundo
Escuro, sem volta.
E essa revolta me corrói, destrói aquel o que um dia
Fora meu ideal.
Não posso modificar o mundo
Se quem nele vive, não quer aprender
Ou simplesmente melhorar.
Poderão dizer que sou miserável por assim pensar
Mas prefiro esse rótulo
Do que passar pela vida, deixando que ela me leve.
E como disse o grande poeta: "Tudo vale a pena, se alma não é pequena "
Alma pequena, mundo pequeno.
Chega, almas secas, pobres de saber.