Fernanda Pietra
Expressamos na escrita, o que possuímos na alma.
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Textos
JOGUEI A TOALHA
Querido leitor, que ao procurar um diário, encontra um texto esporádico, vai aqui uma confissão: o texto que escrevia ha dois anos ALUNOS QUE ENSINAM foi uma das melhores expressões que tive na profissão de professora.
O fato é que cansei. Cansei das mães que querem que eu seja babá de seus filhos, sem se preocupar se eles estão aprendendo aou não,; cansei de ouvir pais dizendo que sou eu ( entenda-se nós, professores ) que devemos ensinar seus filhos a dizer " muito obrigado ",  "por favor ", com licença " e outras coisas do tipo. Descobri que luto com ventiladores fixados na parede e não tenho nenhum fiel escudeiro a me acompanhar.
Minha caminhada é solitária e minha voz um sussuro nesta multidão enlouquecida, com medo di dizer "não" aos seu pimpolhos.
Certa vez em uma reunião de pais, uma mãe perguntou-me
se era verdade que iria pendurar os alunos no teto, pois havia dito a um cidadão que não tinha mais onde encontrar lugarpara que ele se sentasse. Motivo ? " quase não fazia bagunça", por que uma aluna estava com medo e coisar do típo. eram crianças de quarta série  e quase todos, agora percebi emtenderam a metáfora. Jamais penduraria um aluno no teto, pois não sou nazista, castrirta ou qualquer outra coisa que o valha.Mas... a mamãe não perguntou em momento algum como estava a aprendizagem de seu filhos, quais foram suas evoluções, no que poderia ajudá-lo. tive de explicar que minha metáfora era algo como  ' falar pelos cotovelos" e perguntei-lhe se cotovelos falam. Parece que entendeu.
Não bastasse o surto de mediocridade, vem o surto da violência nas escolas. sinto muit, se o brasil tem uma dívida social que dade desde sua posse por Portugal, mas o fato é que está insuportável conviver com uma sociedade com pensamento míope, deturpado, que espera tudo do Estado: material, uniforme, leite, sapatos, meias, cadernos...
Esses cidadãos continuarão a depender dessas benesses, pois não terão qualificação profissional para ganhar o pão de cada dia e esperará sempre a esmola do Estado, dos vizinhos, dos parentes.
Sou apenas alguém que cansou de tudo isso e digo que escola é lugar de aprender. Cansei de pseudos cientistas nas área da pedagogia. Temos que ser profissionais, não esquecendo o ser humano, mas valorizando a profissão. Ninguém dá aula, vendemos mão de obra, conhecimento e também boas maneiras. E como tãnto quero ser valorizada por isso. Sou professora sim, não sou saco de pancada de aluno, mãe de aluno ou de qualquer agente agressor. Escola é para se aprender, não é um clube em que crianças e adolescentes se reunem para beber, fumar ou coisas que o valham.
Se você, querido leitor, não concorda, desculpe-me, mas estou valendo-me do direito de livre expressão, para colocar-me como profissional, mulher e cidadã, pois não ha lei nenhuma que proteja a profissão na qual trabalho.
Joguei a toalha e quero ser profissional, independente do imaginário  da da comunidade.

Fernanda Pietra

PS. Esse texto foi postado originalmente em meu blog
Fernanda Pietra
Enviado por Fernanda Pietra em 07/10/2008
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