Da última vez que postei algo aqui neste espaço, minha tia estava viva, eu trabalhava em duas escolas. Hoje ela é falecida, saí de um emprego e ver que ela não está mais na convivência material, por vezes é doloroso. Estou tentando aprender a conviver com a ausência física dela, pois sei que em algum lugar ela está e me vê. Eu a sinto.
Quando saí da escola em que trabalhava, parecia que o mundo estava desabando em minha cabeça. Foi muito doloroso, mas eu não imaginava que no ano de 2010 eu sentiria uma dor maior que foi a partida da Zizi. Assim eu chamava minha tia. A escola por si, a partida, deixou de ser importante para cair no vazio. Então me pergunto sobre a relatividade da dor, do quanto é passageira, quando não atinge alguém que tanto amamos.
Deixei amigos lá, e de lá eles também partiram. Quase todos se exoneraram como eu, e foram buscar melhores condições de sobrevivência. No meu caso, não suportava mais as ridículas exigências que nivelavam e ainda nivelam o aluno num patamar medíocre.
Aqui quero registrar que é estranho ver as pessoas que conviveram dia a dia em fotos nas redes sociais. Estamos todos juntos, porém somos uma imagem virtual, numa comunicação virtual; sendo que nos aniversários nos cumprimentamos e momentaneamente temos a impressão de sermos uma equipe, um grupo unido. Mas logo em seguida, vejo que estou apenas numa rede social.
O ponto principal deste texto é a saudade. Saudade de quem partiu, e levou consigo uma parte da minha vida pois vivi até então a vida toda com a Zi. Saudade de um lugar que optei por deixar, pois minha saúde ia se acabar. Mesmo sentimento, com sentir diferente. Começar uma vida sem ela é estranho. Continuar a trabalhar na Educação em outro espaço é gratificante. E ontem quando estava testando alguns aplicativos no IPod, acabei por escrever uma frase, baseada na fala de Vinícius de Mores , onde tento demostrar o que se passa em meu íntimo nesse momento: A SAUDADE MARCA MEUS DIAS, QUANDO PERCEBO QUE ELA SERÁ INFINITA ENQUANTO EU DURE.