Fernanda Pietra

Expressamos na escrita, o que possuímos na alma.

Textos

QUANDO O LIMITE É A BALA

Você pode pensar: que coisa doida é essa ? Estou falando de um assunto que já está batido, mas não combatido.
falar de limites parece ser redundante, cansativo, porém pertinente. quando um indivíduo avança o farol e atropela alguém, deixou de respeitar um limite, limitando assim a vida de outra pessoa. Aí vem outros limites: o de beber, de farrear, da liberdade.
Como animais que somos, tudo deveria começar enquantos somos filhotes, em que tudo é uma gracinha. só que o filhote vai crescendo e os papais e mamães acham que nossas malcriações são eternas gracinhas. Bater no rosto do pai, da mãe, por exemplo é uma graça, mas professor não tem obrigação de levar tapa de aluno, nem mordida, nem coisas do tipo.
Conheço pessoas que sempre deram razões incondicionais aos filhos e hoje amargar duras frustrações: adultos irresponsáveis, improdutivos, arrogantes.
Enquanto professora, não abro mão do limite, fato este que muitas vezes fez com que mães me odiassem. Não tolero, não aceito falta de respeito,agressão, falta te limite. venho falando isso constantemente nas reuniões de pais e mestres, e sabe o que acontece ? quem comparece são os pais dos melhores alunos. depois disso, vem a cobrança governamental, atribuindo apenas e tão somente aos professores a causa do fracasso escolar. Ninguém questiona quando chamamos pais e eles não aparecem, quando quando a criança tem algum problema que precisa ser conversado e durante um ano letivo inteiro você não conhece o rosto dos responsáveis.
Assim sendo, fica claro que pais também não tem limites, não sabem ser pais e francamente estou saturada de ser saco de pancada de todas as mazelas sociais, econômicas e culturais que envolvem os centros urbanos. É facil depositar o filho na escola sem ter que se preocupar com limites. "Meu filho é um ser em desenvolvimento e devo respeitar sua individualidade " Certo, concordo, desde que essa individualidade não acabe colocando uma arma nas mãos deste ser e elimine a individualidade de outro.
Quando essa permissividade acontece, o limite é sempre uma bala: disparada pelo filhote que cresceu, ou pela bala da polícia para conter o filhote desorientado, por por pais regados a cerveja e mães rebolativas.
Assim, um disparo contém o que um tempo de formação familiar que deveria ter existido não conteve e cala a voz daqueles que sempre insultaram e aviltaram seus semelhantes, começando por seus professores. O filhote cresceu...

Fernanda Pietra

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Enviado por Fernanda Pietra em 21/09/2009


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